sexta-feira, 12 de junho de 2015

Vício constante

Ligo a luz do quarto e me afogo no seu despertar.
Saboreio cada curva perigosa no risco dessa velocidade constante.
Me perco no veneno da sua saliva.
"Me alimente, me alimente, garota."

Sou culpado de um homicídio e você é cúmplice.
Matamos o depois. Destruímos a espera.
Vício que se tornou cotidiano.

Isolamos a cena do crime com prazer.
Não deixou pistas porque não derramamos nada.
Eu me derramo em você, você em mim..

Você me procura, eu te procuro.
Você me arranha, eu te empurro!
Jogo, fico em cima!
Faço de seu pescoço moradia.

Não se esconda onde eu possa te encontrar.
Se eu sei onde você ta, já não é crime.
Cúmplices.

Você me atrai como a terra atrai a massa da lua.
Te puxo com minha gravidade e não te deixo ir.
"Você não vai, não vai.."

Fica e fica de vez(você quer).
Seus cabelos estão jogados no sofá.
Nossas mãos cruzadas e meu corpo no teu flutua.

Interessante o modo que segura, abraça e me beija!
É uma mistura de ódio e amor.
Não caia no vício.
Melhor.. Despenca!
Aproveita que temos um ao outro por tempo indeterminado.
Traga esse cigarro, toma esse vinho.
Apagas as luzes, feche as janelas.
Tranque o quarto, esqueça o mundo.
Tire a blusa, feche os olhos.
Delire no ato e enxergue nosso mundo.

Em teu mundo eu sou. No meu mundo tu é.
Acabou mais uma vez. E a chama não apaga.
Ela espera o próximo encontro.
Sem talvez.
Amor, não terminamos aqui.
Temos muito o que entregar em nós.

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