sábado, 11 de julho de 2015

Imortal



Disse-me uma vez que não iria viver assim,
Lançado ao clichê, nostalgia, cigarros e gim.
Também disse outra vez que seria uma pessoa normal,
Hoje saio escrevendo história na qual sou o papel principal.

Sempre nos falam de amor e nunca nos falam sobre o todo,
Sabemos que no final um sai ileso e outro sai torto.
Não torto em sua fisionomia, claro,
Mas eu sua alma que hoje anda ferida.

“Poetas são artistas que sem pincéis moldam o seu amor,
Se um dia um se apaixonar por você,
Tenha certeza que em versos ele te imortalizou.”

Imortalizar, imortal. Imortalizei-te como não queria ver,
Longe, distante. Num lugar que parece perto, mas não podia ser.
Não pode não aceito. Em que alguém que já foi algo pra mim,
Deitar e repousar feliz em outro peito.

Sou cem por cento palavras quando estou só,
Na companhia de amigos sou setenta por cento nó.
Ao tomar com você uma dose de vinho ou conhaque,
Estamos a sós, num quarto. Cinquenta por cento fogo, cinquenta por cento carne.

Vai viver sua vida estagnada nos cantos, sozinha.
A procura de alguém que não te queira de ver, sozinha.
Esquecendo que um dia eu te quis aqui, na minha.
Imortal tu já esta sendo aqui, em linhas.

Eu leio, penso, paro e o observo.
Metade de teu paladar é verso.
A outra metade tua é o inverso.
Se perderia melhor comigo.
E eu cesso o fim.
Nesse verso.