quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Pois é, voltei,

Aqui estou eu outra vez, sozinho e acompanhado.
Deixado por mim mesmo, pelo vinho arrebatado.
Eu vivo todos os dias esperando o final.
Mas o final é só um recomeço e tal.

Ando estressado todo dia, brigo com deus e mundo.
Vivo em constante agonia, lágrima cai como pedra, não me lembra mais de alegria.
Te ver assim, longe, me faz perceber que fui fraco, sou e sempre vou ser.
Já me entreguei de formas e jeitos, já falei e fiz o que tinha que ser feito.

Agora, amor. Só agora, não engasga e coloca pra fora!
Se me deixa seguir, ou se me trás agora.
Pois ficar na espera, não. Não rola.

Deixe-me ir onde o vento me leve, não quero ser mais um que te repele.
Eu vou seguir, por favor, deixe-me ir! Não quero ver você mais aqui, com outro perante a ti.
Prefiro a distância que dói, que uma ferida que não cicatriza.
Pois você com outra pessoa, essa imagem na minha cabeça não habita.

Eu queria poder ir além com você, deixar você ver o que tinha pra ser.
Num quarto ser tua âncora, sempre seguro e transbordando prazer.
Eu, você. Beijos. Alucinei, parei e refleti: "Não sou nada sem ti."

É, pois é, voltei. Ao cara que sempre fui, repleto de agonia que me conduz.
Repleto de ódio do mundo que vivemos, desigual e até mesmo ingênuo.
Sempre só, como sempre fui. Arrebatado de culpa de coisas que não fiz.
Voltei a ser o pecador sem culpa, o pregador com palavras curtas.
Voltei a ser um admirador de suas escritas, vestes e coragem.
Voltei a ser um nada.

São quase uma da manhã, tomo um vinho e não faço mais nada.
A única coisa que queria era sua volta, ta tarde. Eu sinto sua falta.